GOVERNO
ESTUDA ELEVAR IR DE APLICAÇÕES DE RENDA FIXA QUE SEGUEM VAIVÉM DA SELIC
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Autor(es):
Adriana Fernandes, de O Estado de S. Paulo
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O
Estado de S. Paulo - 14/02/2012
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O
governo prepara mudanças na tributação do Imposto de Renda sobre as
aplicações de renda fixa, como fundos de investimentos e CDBs, informa a
repórter Adriana Fernandes. A proposta visa a desestimular, por meio de um
imposto mais alto, as aplicações que tem rentabilidade vinculada à taxa
básica de juros, a Selic. O objetivo é fazer os investidores migrarem para
investimentos com correção prefixada ou atrelada à inflação. A ideia é
aproveitar o momento de queda da Selic para um dígito, atacando de forma mais
efetiva a chamada "cultura" do CDI - grande concentração de ativos
atrelados à taxa básica de juros, hoje em 10,5% ao ano. Quanto maior a
vinculação, menor o impacto das decisões de juros do Banco Central sobre o
ritmo de consumo da população e de investimento das empresas
BRASÍLIA
- O governo prepara mudanças na tributação do Imposto de Renda (IR) incidente
nas aplicações financeiras de renda fixa, como fundos de investimentos e
CDBs. O objetivo da proposta em estudo é desestimular, por meio de um imposto
mais alto, as aplicações que acompanham o sobe e desce da taxa básica de
juros, a Selic. O governo quer fazer os investidores migrarem para aplicações
com correção prefixada ou atrelada à inflação.
A
ideia é aproveitar o momento de queda da taxa Selic em direção ao nível de um
dígito para atacar de forma mais efetiva a chamada cultura do Certificado de
Depósito Interbancário (CDI), informou ao Estado um integrante da equipe
econômica. Uma fonte da Receita Federal confirmou os estudos.
Hoje,
grande parte dos fundos de renda fixa são os chamados DIs, que aplicam em
títulos públicos pós-fixados. Ou seja, se a Selic é puxada para cima, o
rendimento sobe; se é reduzida, a rentabilidade cai.
Na
avaliação do governo, quanto maior é essa vinculação, menor é o impacto das
decisões de juros do Banco Central sobre o ritmo de consumo da população e
nos investimentos das empresas. Quando o BC quer esfriar a economia, por
exemplo, eleva a Selic. Na prática, ao fazer isso, a autoridade monetária
reduz a quantidade de dinheiro em circulação no mercado.
No
entanto, hoje, esse efeito é limitado porque a alta da Selic engorda as
aplicações de grande parte dos investidores que estão nos fundos DIs ou nos
CDBs (que, em sua maioria, também seguem a Selic pós-fixada), deixando mais
dinheiro para consumir.
O
governo está aproveitando um momento de queda da Selic para mudar a regra.
Não dá para tentar fazer essa mudança quando a Selic está subindo e todo
mundo ganhando dinheiro.
As
mudanças devem afetar o ganho dos investidores, principalmente nas aplicações
de curto prazo. Seriam impactados tanto o aplicador de classe média, que
investe em CDBs de bancos e fundos de investimentos, quanto instituições
financeiras e empresas que fazem grandes negócios com renda fixa.
O
estoque de investimentos em produtos criados pela iniciativa privada com
renda fixa é de R$ 1,5 trilhão, e 89% desse total estão atrelados ao CDI
(taxa de juros de referência do mercado financeiro nacional, que segue a
Selic pré ou pós-fixada). Na dívida em títulos do governo, que soma R$ 1,8
trilhão, os papéis pós-fixados somam 30% do total.
As
discussões começaram no Grupo de Trabalho do Mercado de Capitais, que avalia
medidas de aperfeiçoamento do mercado. O grupo é formado por representantes
do Ministério da Fazenda, BC e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O
governo está conduzindo os estudos com cautela porque qualquer mudança mal
feita ou precipitada pode provocar distorções.
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
GOVERNO VAI ELEVAR IR DAS APLICAÇÕES ATRELADAS À SELIC
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Mais um motivo para acompanhar de perto as aplicações em renda fixa , especialmente os fundos DI de bancos. As altas taxas de administração e agora a possibilidade de aumento de IR para este tipo de aplicação pode inviabilizar a manutenção de recursos nesta modalidade. Isto poderá migrar recursos para Titulos pré-fixados ou atrelados ao IPCA e eventualmente até a busca por melhores rendimentos na renda variável.
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